Ancient Methods, The First Siren [GER, 2017].

 

Reverência, peso e método: mais do mesmo de Ancient Methods.
Aroldo SóSucesso!

Ancient Methods é um dos grandes do chamado techno industrial, um modo de fazer techno que beira o heavy metal e bebe muito do som EBM dos anos 80. “Ser grande” aqui significa ser resenhado pelo site especializado em música eletrônica Resident Advisor e pouca coisa mais, que fique claro. Não obstante ser underground, a música de Michael Wollenhaupt, o sujeito por trás do projeto, tem uma produção que parece ter custado muito mais do que provavelmente custou. Num momento em que dá pra criar praticamente qualquer som imaginável, essa exuberância da forma se torna a norma na música clubber.

Entre adeptos, o que se vai fazer é elogiar ou detratar o “sound design” (termo meio fetiche dessa gente) de Ancient Methods, mas raramente dar um adjetivo preciso, porque a maioria não sabe muito bem o que o termo significa. Nem eu, mas vou fazer o meu salto de fé aqui e me arriscar a dizer que o trabalho de Wollenhaupt e em particular o de “First Siren” tem um sound design cinzento, pesado e cheio, mas cheio mesmo, repleto de tudo que é sonzinho. Como disse um amigo meu uma vez sobre uma banda com elementos eletrônicos, “o cara que aperta os botõezinhos é bom”. Bem, aqui só existe esse cara. E ele é bom.

Mas, afinal, Aroldo, que puerra esse cara faz aí que você fica todo babando o homem? Bem, é música para dançar, mas funciona incrivelmente bem deitado na cama com bons fones de ouvido e maconha na cabeça (me disseram). Essa gente de cujo estilo de techno chamam de dark (ai, que meda) ou industrial (termo equivocado, porque isso aqui tem muito pouco a ver com Throbbing Gristle ou com o Cabaret Voltaire inicial) faz, obviamente, techno, música dançante puramente eletrônica para as pistas, só que incorporam ideias de artistas lá dos anos 80 e início dos 90 como Front 242 e Front Line Assembly (dois dos muitos exemplos possíveis). A música continua dançante, mas o que já era meio quadrado (em essência, o techno é bem menos fluído e rebolativo que a house, pra ficar numa dicotomia clássica) fica ainda mais, e mais pesado e sombrio. Uns fazem isso de um modo um pouco mais orgânico, como a dupla sueca de identidade desconhecida SHXCXCHCXSH (adoro esse nome), outros parecem querer soar como trilha sonora incidental do filme A Bruxa como o também anônimo sujeito atrás do SNTS, e há muitos outras abordagens possíveis, mas eu não citei esses dois à toa; há temas em comum entre eles e muitos dos outros: o mistério (quem são eles? oh Mein Gott!), os nomes estranhos (ou seja, mais mistério), a música cheia de detalhes sonoros ainda que fundamentalmente monocromática e cinzenta. E há muitas mulheres fazendo música malvada no techno, como Rebekah, Xosar, Charlotte de Witte. Finalmente, nem tudo é “dark” ou com fixação por ser mais alto, mais cru ou mais soturno. O que parece unir essa vertente que não é tão coesa assim, o que é ótimo, nem talvez exista como um movimento claro (melhor ainda, isso aqui não é um rebanho) é esse elemento tão difícil de definir quando não há guitarras nem bateria, o peso. É a capacidade de oprimir enquanto bota para dançar que faz com que um produtor ligado a sons acid e electro como Umwelt (que também é um melodista de mão cheia) e um rapaz talentosíssimo como o jovem francês por trás do I Hate Models, Guillame Labadie, que tem a manha de fazer épicos que conseguem ser sensuais e conter carga emocional de modo que só as melhores faixas house conseguem, sejam vistos de algum modo como similares.

Agora que eu mostrei que entendo do métier citando 50 artistas, acho que vou falar desse EP. Wollenhaupt, ao menos neste projeto, checaria quase todos os quadradinhos do teste “o quanto você é um techno industrial clássico?” que a Vice certamente vai soltar um dia. Tirando que ele mostra o rosto e tem um nome pronunciável, de resto ele incorpora o gênero como talvez nenhum outro. A música é pesada, solene e mesmo sendo tão detalhada, soa cinzenta. Aqui não há lugar pra delicadeza (o que ele meio que conseguiu com um coral angelical em “Untitled A1” do seu quinto lançamento, Fifth Method), pra dinâmicas sutis; a música começa pesada e daí é só morro acima. Não é o melhor dele, está longe do brilhantismo em “Knights and Bishops”, faixa de Seventh Seal (deu pra perceber que eu entendo do métier?), mas é um EP com três boas faixas, com destaque para a mais lenta, “Born of Ashes”, e uma faixa introdutória (“Remember Me”) que se queria atmosférica mas acaba mesmo é sobrando.

OK, já deu, cacete, num guento mais fazer resenha dessas merdas, primeiro aquele negocinho que não ia pra lugar nenhum, depois aquele maluco gritando com aquela bateria no meu ouvido, e agora vocês foram longe demais, se aproveitando das minhas dificuldades financeiras pra pesquisar porra de bate-estaca beep beep tóim tóim, isso é um noiado, porra, vocês me disseram que a gente ia resenhar roque de verdade, sonzeira trampada, porra de techno, véi, e cadê a cor dessa grana, porra?!?! Mas como prometido, lá vai a nota:

– Nota sob efeito de substâncias estupefacientes: 11!

– Nota sóbria: MOOOOOOORRRRAAAAMMMMM! Cadê meu Led Zep IV?!

>>Pra sacar mais, clique no amarelinho:

EBM | Resident Advisor, resenha de The First Siren | | Throbbing Gristle | Cabaret Voltaire | Front 242 | Front Line Assembly | SHXCXCHCXSH | SNTS | Rebekah | Xosar | Charlotte de Witte | Acid Techno | Electro Techno | Umwelt | I Hate Models | “Untitled A1” | “Knights and Bishops” | Led Zeppelin, “When The Levee Breaks” |

 

Industrial Techno ou uma questão de método.
George SóSucesso Yeah!

Ao ouvir o EP The First Siren (2017, Persephonic Sirens) do DJ e produtor de industrial techno alemão Michael Wollenhaupt, a.k.a. Ancient Methods, a primeira coisa que me veio à cabeça, em um misto de mau-humor e ignorância, foi que estava diante de mais um disco anódino de música eletrônica cheio da retórica de música-feita-para-dançar. Uma água de arroz, que você escuta uma vez, dança e esquece como aquelas coletâneas Ibiza Summer Hits. O disco, apesar de querer exalar uma seriedade no continuum dos beats e uma gravidade em sua métrica de rolo compressor, resvalava em certo ar de paródia, com todo seu aparato estético wannabe EBM. Foi quando percebi que certos discos exigem uma outra chave de leitura. Após alguns contatos imediatos, resolvi repetir a experiência e, a primeira parte do problema, o mau-humor, foi resolvida. Descobri em estado de puro ecstasy (entendedores entenderão) nuances nunca vistas no disco. Justaposições, rotações e sequências que me remetiam ao melhor da italo-disco em “Born to Ashes”, uma batida industrial records em “I am a Blazing Sound” e a EBM futurista e delirante de “Now Come Closer”. Toda aquela baboseira medieval fazia sentido e tudo estava interconectado, até a introdução pretensiosa de “Remember Me” e seu canto gregoriano me soou simpática. Quando dei por mim estava pulando na varanda feito um louco, escutando o disco em repeat sem perceber que a campainha já tocava há meia hora com a fúria dos vizinhos. Senti-me como aquele fã de Whitney Houston que após escutar “I Will Always Love You” por mais de 24 horas consecutivas foi processado por seu vizinho por tortura psicológica devido aos quatro acordes repetitivos da canção. Ainda bem que o efeito…hum, do disco acabou rápido e os vizinhos não acionaram a policia.

Superada essa etapa “tautológica”, restava ainda outra parte da equação: a minha ignorância não só em relação ao lugar e ao contexto do disco dentro da música techno como ao meu baixo nível de conhecimento sobre a mesma. Decidi, então, embrenhar-me na densa floresta dos gêneros, subgêneros da música eletrônica de 120 bpms.

Do minimal ao brutal, o techno passou por diversas fases desde que quatro estudantes negros de Detroit-EUA, Juan Atkins, Kevin Saunderson, Derrick May, conhecidos como The Belleville Three, resolveram que já não era suficiente apenas escutar Frankie Knucles – o chefão do house – e Kraftwerk e trocar mixtapes. Era urgente acelerar tudo isso. Esses “tecnorebeldes” de posse das inovações tecnológicas disponíveis nas prateleiras da loja de música da esquina, uma rythm box, um sequenciador e uma bateria eletrônica TR-808, criaram um ritmo que para sempre iria modificar as pistas de dança e a relação entre corpo, mente, dança e música. Um fruto estranho da alienação entre homem e máquina intermediada pela pista de dança. Uma forma de atingir elevação espiritual a partir da cultura de design drugs (drogas experimentais desenvolvidas em laboratórios como ecstasy e MDMA), colocando o corpo em segundo plano até a exaustão física pela dança para atingir um processo de expansão mental e espiritual por meio da música. Uma forma de a classe operária ir ao paraíso sem precisar da “alta cultura”, nem prescindir daquilo que estava ao alcance da rádio. No techno, mais uma vez, estava presente o combo pop krautrock + eletrofunk da house music, agora, acrescido do beat acelarado da eurodisco de Giorgio Moroder. Segundo Simon Reynolds, Moroder teria em suas batidas quadradonas, mais fáceis de dançar do que o ritmo sincopado do funk, o motivo de sua maior aceitação pelo público branco. Uma discussão que deixaremos para outra resenha.

Assim como a house music, o techno unia a necessidade de dançar com a urgência de produzir uma música que não passasse pelo algoritmo baixo/guitarra/bateria/vocal. A diferença estava na velocidade dos beats e de sua reprodução mundo afora. O techno em uma demonstração exemplar do poder metamórfico da música eletrônica e seu processo de retroalimentação por outros gêneros, espalhou-se pelo mundo afora virando prefixo para qualquer tipo de música que usasse sampler, remixes ou batidas eletrônicas. No entanto, ao se encontrar com a EBM de Nitzer Ebbs e Front 242s, acaba por se transformar nos anos 00, no chamado industrial techno, um gênero agressivo e sombrio, reunindo artistas como Adam X, Orphx e… Anciet Methods. Ufa, após essa exaustiva pesquisa por algumas páginas de música como Residente Advisor, Boomkat e AllMusic e audição de alguns luminares do techno como Jeff Mills, Adam X e Joey Beltram, assim como de outros discos (Jericho Records), projetos (Room 506) e parcerias (com Prurient) do próprio Ancient Methods, cheguei à conclusão que a minha chave de leitura inicial estava correta. Porém estava diante de um grande enigma: como pode um artista tão fértil, produzir um disco tão frágil em suas pretensões estéticas?

A música de Ancient Methods tem como principal forma a agressividade e busca atingir lugares recônditos da psique por meio de uma intersimbiose de sons esdrúxulos e paisagens sonoras inefáveis que remetem a imagens do medievo. Em The First Siren, ele tenta tudo isso, mas não consegue. Mesmo após toda a minha pesquisa dissociativa, permanece o cacoete Ibiza. Como em toda boa tentativa, o resultado é apenas medíocre. Conhecido como um dos criadores do dark industrial techno, e artista prolífico, Wollenhaupt, é a prova de que um artista pode, e deve se arriscar, mesmo que nem sempre o resultado seja um grande álbum ou um divisor de águas. Talvez, seja essa a maior lição a se aprender com o disco e a mais importante característica da música techno, e onde reside sua popularidade e longevidade: a capacidade de ousar, errar, acertar, ser prolixo e no caminho aprender com os próprios erros criando não só novas formas como novos métodos.

>>Pra sacar mais, clique no amarelinho:

Ibiza Summer Hits | Fã de Whitney Houston processado | The Belleville Three | Frankie Knucles | Kraftwerk | Giorgio Moroder (com Donna Summer) | Simon Reynolds | Nitzer Ebb | Front 242 | Adam X | Orphx | Jeff Mills | Joey Beltram | Room 506 | Ancient Methods com Prurient |

 

Diz que é pesadelo, mas teu mal é sono.
Ancient Methods, um picolé de chuchu.
Mateus SóSucesso!

[Gente, sério, tentei ser sério e tudo mais ouvindo The First Siren, EP do DJ alemão Ancient Methods / Michael Wollenhaupt, só que daí veio esse vídeo de Farvann – “Como black metal soa pra pessoas normais” – que resumiu o porquê da minha mágoa, que segue:]

Climão. Tudo é anunciado como num filme chocho de suspense que faz você se embrenhar naquele ambiente de mato na escuridão, só que daí você desperta que tá comendo pipoca em casa à tarde em torno da TV num programa família – em poucas palavras, você é um Homer. Érr, bem, Sir Ancient Methods e seu The First Siren começaram. Inicialmente, fazendo a linha cidadão de bem com Deus, você até ensaia medinho. Daí, de medo, tu boceja. E como todo bocejo, um bocejo leva a outro bocejo. Segue.

Olha, eu digo aqui que The First Siren começou, mas pra mim já encerrou, não vou mentir… É todo um sonzão metálico querendo te levar prum passeio lá pela Avenida Sul em Afogados-Recife de madrugada procurando um ônibus que não vem, você pensando em alma sem nenhum pé de alma, daí um gato dá um bote na tua frente, um cachorro sarnento ali naquele canto rodeado por latas vazias de Coca-Cola, você imaginando Jason (Sexta-Feira 13 – Parte 2) dando um bote também, Deus misericórdia… enfim, você já entendeu. Tudo nesse disco diz que vai te levar pra andar pelo lado selvagem da vida. Mas é só Toddynho.

Desculpem, mas parando de pichar um pouco, The First Siren é um disco de dance music, de techno, de techno dark. Só que e quico?

Existe uma tendência na EDM feita pra pistas – caso desse disco, acho –, do som que é puro instrumento de pista, de fazer álbuns pra lançar tracks – mais um anglicismo desnecessário usado no meio; nera mais simples chamar de “faixas”? Porque é isso, as faixas têm uma utilidade, e o sentido útil de algo ser foda em arte é sua natureza não mensurável, ou seja, inútil. Não é o caso desse tipo de música, utilitária que é. Dizem que música é abstração e desejo último da obra de arte, sua elevação. Só que, metaforicamente, o sentido último desse tipo de som não é o do sabor que leva à reflexão guiada pelas mãos do chef – não curto muito essa imagem, mas é a que me vem pra hoje. Aqui, é só paladar pouco ou nenhum. É só a colher indo em direção à boca. Parece cocaína, mas é só tristeza, já diria Renato.

Quando o álbum me foi apresentado pra essa resenha, foi-me dito que “Ancient Methods faz a diferença, faz arranjo, procura parcerias tipo com o Prurient [a faixa dessa casadinha é bem boa, por sinal] etc”. Aí, eu: “Prurient? Uau!”. The First Siren, nosso mote aqui, até parece chamar pra dor e tal. Parece só.

Tentei de todas as formas ver se o problema tava comigo, catei o disco no Soulseek porque o link já não estava mais no YouTube, baixei, fiz de tudo, tentei, velho.

Tá, vou parar de rabugice, e vou tentar fazer aquela descrição rápida, até porque o disco é rápido, dói nada – o problema talvez seja esse. “Remember Me”, o canapézinho de entrada, dá o climão de entrada. Daí, “Born of Ashes” fica naquela coisa de você no ônibus olhando a cidade passando ali perto da Estação Recife de metrô à noite, aquela iluminação amarela dos postes quando acesos daqui, com tudo passando rapidinho na vibe “clipe de trem”, sabe como é? Em “I am Blazing Sound” é tipo luz estrobo direto na tua fuça, tu tentando felicidade na pista, mas tudo prenunciando a merda da dor de cabeça amanhã. “Now Come Closer” é techno, só que numa pegada meio EBM, aquele gênero que a naftalina derreteu e as baratas comeram – tem o Front 242 com umas coisas que ainda são interessantes, o Nitzer Ebb, e tem uma banda alemã mais recente que me mostraram um tempo desses que é massa também: Jäger 90. Ancient Methods já disse em entrevista a influência desse estilo no techno europeu e, indiretamente, naquilo que ele mesmo faz.

Bem, descrevi.

Vey, rola uns lances que vão na esteira techno que eu aconselho mais, tipo Adam X em “Irreformable” e Powell em “Insomniac”, por exemplo. Bem, Powell não é algo exatamente soturno e soa mais como um techno da fuzarca que usa de leve defeitinhos de computador, com um resultado que não passa desapercebido, várias composições saindo do padrãozinho de pista, aquele padrãozinho de travado até virar robô. E confesso um lado meu de tiete ao citar “Insomniac”, pois rola Steve Albini nessa faixa, o cara do Big Black – uma das coisas realmente incríveis da década de 1980 – que ficou mais famoso como produtor de discos como o In Utero do Nirvana e Sufer Rosa do Pixies.

Adam X, aliás, é bem quisto pelo moço razão dessa resenha.

Sim, eu sei, só rolou amargura nesse artigo, não era bem a intenção, mas ao menos The First Siren me fez retomar a escuta de Jeff Mills, um dos pioneiros do techno, e sacar melhor umas composições e a história dele. Daí, nas conversas pra chegarmos ao texto, saquei o Underground Resistance, um combo artístico techno que teve Mills como um dos impulsionadores iniciais, algo que me atiçou a curiosidade. Tou pesquisando mais sobre – até entrei nesse site muito assunto aqui, só que meu computador é uma carroça e travou…

Pra quem inicialmente tava chamando Ancient Methods de água de arroz, até que saíram algumas emoções nesse texto, né?

Próximo!

>>Pra sacar mais, clique no amarelinho:

“Como black metal soa pra pessoas normais”, por Farvann | Jason, Sexta-Feira 13 | Legião Urbana, “Há Tempos” | Prurient + Ancient Methods | Prurient | “Remember Me”, o canapé | Front 242 | Nitzer Ebb | Jäger 90 | Ancient Methods, entrevista pra DJ Mag | Adam X, “Irreformable” | Powell, “Insomniac” | Big Black | Nirvana, In Utero | Pixies, Sufer Rosa | Jeff Mills | Underground Resistance, mini-documentário | Underground Resistance: site muito assunto |

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OBSERVAÇÃO: Se você achou nosso tratamento ao senhor Wollenhaupt abusivo, pode até nos processar através deste link aqui (mas, cuidado, dizem que os métodos dele são muito antiquados): https://notos.de/en/ra-michael-wollenhaupt/

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>FICHA TÉCNICA:

Todas as faixas compostas por: Michael Wollenhaupt.

Selo: Persephonic Sirens.

Masterizado por: Christoph Grote-Beverborg (Dubplates & Mastering, DE).

Prensado por: Record Industry – 18079.