Chico Science & Nação Zumbi, Da Lama ao Caos [BRA, 1994].

[Pra ouvir, clique aqui.]

 

Atenção: abaixo segue três textos diferentes escritos cada um por um autor diferente.

 

Da Lama ao Caos: política, estética ou envelheço na cidade.
Mateus SóSucesso!

Quando Chico Science explodiu, eu era moleque.

Meio punk, mais pro death metal, cena que explodia no underground de Recife na década de 1990, tinha abuso de Chico Science. Achava poser, palavra derivada de “pose”, termo que apontava os outros como pimpão e só aparência, palavra que falava do meu sectarismo e daquela minha adolescência. Tudo que não fazia parte do som extremo era poser.

A cena extrema crescia no Recife da década de 1980 e depois, mas aos poucos foi perdendo espaço. Chico Science – assim como o Nirvana num plano global – tomou conta do Brasil. Daí, tal como o grunge nos EUA, rolou o mesmo com a aparição de CS&NZ, aqui: pra uns os holofotes, pra outros, as sombras.

Só que esse fenômeno não ocorreu por combustão espontânea, pela “natureza dos fatos”. Nenhuma obra possui valor por si e em si. Não é sua qualidade que a torna hegemônica. Como bola da vez, o manguebit era propagandeado pelo caderno Ilustrada da Folha de SP, assim como pela Bizz, revista brasileira cujo foco era o “rock alternativo” – o indie antes do indie –, uma das principais revistas da época. A própria Bizz, na década de 1980, já havia apostado antes em várias bandas que por sorte seriam “a próxima grande coisa”, bandas especialmente do Sudeste, como Fellini, Vzyadoq Moe, Picassos Falsos etc. Em comum, eram bandas que trabalhavam em maior ou menor grau com uma reformulação pop do cancioneiro popular – em particular do samba. Similarmente, na década de 1970 houve em Pernambuco toda uma movimentação que remexeu na música popular nordestina, com discos psicodélicos como os primeiros de Robertinho de Recife, o Paêbirú, Marconi Notaro etc. Ou seja, bem antes do manguebit, em mais de um momento a música pop brasileira foi laboratório e liquidificador. Só que nenhuma dessas cenas logrou êxito. Ficaram no underground, em banho-maria.

É preciso mais que uma extrema particularidade musical pra tornar uma cena cultural algo próximo do que foi o manguebit e CS&NZ. Pois muito além dos exemplos citados, se o único critério for o da particularidade como destino manifesto pro sucesso, os próprios mestres e mestras da cultura popular teriam “naturalmente” o mesmo reconhecimento – compositores como Dona Cila do Coco, Mané Pitunga, Zabé da Loca etc. Porém, não é o que ocorre. Há uma inflação da importância dada aos tradutores da música destes mestres e mestras, e aqui quando falo de tradutores, falo dos e das que trazem pra modernidade capitalista e urbana a música feita pelo próprio povo, alijado do capital cultural (instrução formal e universitária), político (capilaridade no Estado) e, notoriamente, econômico.

CS&NZ, enfim, foi uma banda abraçada pelo mainstream da MPB. Além, Chico tinha uma grande capacidade de conciliação, mesmo com seus antagonistas – lembro aqui então da conversa com Ariano em que disse ser seu “coração, armorial”. E mesmo a banda sendo integrada por um mix de diversos logradouros da Grande Recife, sua plateia era na década de 1990 também composta por estratos da intelligentsia local, gente com formação universitária, que tinha canal na imprensa etc. CS&NZ e o manguebit conquistaram a classe média já de partida, tanto pela sonoridade única – que é óbvio, tinham – quanto pelo próprio caráter de movimento que imprimiram àquilo que produziam. Ademais, o Abril Pro Rock, festival que bombou Recife pro país, amplificava aquilo que diziam os e as integrantes do manguebit, retroalimentando-se. Entretanto, depois, com a morte trágica de Chico houve um processo de “bobmarleyzação” de sua figura, como uma vez disse alguém não sei quando, fazendo com que se tornasse um ícone muito além de fronteiras.

Isso tudo que digo descredencia Chico? Isso tudo desmerece seu som e o dos demais? Muda aquilo que sinto ao ouvi-lo, hoje?

Não, na real.

Mesmo quando menino e sectário pra cacildis, fiquei de cara quando me dei uma chance e entendi o que era dito por exemplo em “A cidade” – é até óbvio dizer isso, mas não era pra mim na época… Mas havia algo mais. Quando me tornei estudante universitário, pegando o bonde dos encontros estudantis, viajei um bocado e com a fala dos outros caiu a ficha do quanto meu sotaque era específico. Fui assim notando que Chico Science, além de performer jeitoso, reforçava o cantadinho daqui, de Recife, como o punk tinha feito com o cockney (sotaque da classe trabalhadora inglesa). Fiquei incrível quando saquei isso.

De mais a mais, Nação Zumbi era um jab (murro de um boxeador). De um lado, possuía um guitarra que unia, sem esforço, um peso ganchudo metal com um balanço funk de um Nile Rodgers (ex-guitarrista da Chic). De outro, a percussão não era refém de nenhum ritmo tradicional de Pernambuco, uma obra-prima: uma hora era coco, outra ciranda, daí era maracatu etc. Se engana quem acha que CS&NZ é, na percussão, só maracatu. “Coco Dub” evoca brincantes dando umbigada numa roda de coco, por exemplo – o título já denuncia, né?

E por mais que a beleza áspera mas envernizada de Da Lama ao Caos me agrade bastante no conjunto, a faixa que me deixou de fato com os quatro pneus arreados foi “Risoflora”, bem menos mencionada que as outras, melhor canção certamente. Tempos depois descobri que essa música encantadora tinha sido feita pra uma pessoa igualmente encantadora, uma brother, Maria Duda. Mesmo com muitos amigos em comum, só há pouco nos conhecemos. Grande música. Grande disco. Pessoa massa.

É isso, Da Lama ao Caos é um pouco de mim hoje, calvo, magro, com um buchinho, circulando na cidade (“de andada”, na fala de “Risoflora”), um tanto efusivo, com uma raiva contida. Da Lama ao Caos sou eu, são meus amigos e amigas ao redor, menos sectários, mais coroas, dando rolé.

Na real na real, esse disco é um pouco desse meu amor pelos que me circundam. Ou na verdade, amor por aquilo que pra mim é um misto de cela e horizonte: minha cidade, você, Recife.

É a você que dedico esta resenha.

>>Pra sacar mais, clique no amarelinho:

Morbid Angel em Recife [1992] | Nirvana | Fellini | Vzyadoq Moe | Picassos Falsos | Robertinho de Recife | Lula Côrtes e Zé Ramalho, Paêbirú | Marconi Notaro | Dona Cila do Coco, LIVE 2020 | Zabé da Loca | CS&NZ + Gilberto Gil, “Macô” | “Chico Science vs Ariano Suassuna: Battle for Pernambuco”, por Meteoro Brasil | Crass, “White Punks on Hope” | Daft Punk + Nile Rodgers + Pharrell Williams, “Get Lucky” | Chic | CS&NZ, “Coco Dub” | CS&NZ, “Risoflora” |

 

Chico Science e Nação Zumbi – Da Lama ao Caos ou “Que massa, doido, isso é Chico, né?”
Aroldo SóSucesso!

Nunca soube bem o que pensar de Chico Science e Nação Zumbi. Peguei boa parte do hype (em 1994, estava no Rio Grande do Sul, mas em meados de 1995 já morava em Pernambuco), percebia a atmosfera de orgulho local, mas tinha minhas predisposições refratárias, sendo roqueiro anglófono e alguém que nunca sentiu raízes em lugar nenhum.

O que eu notava é que havia algo distinto e marcante ali. A isso hoje dou o nome de talento, mas na época me era o retrato acabado do que não me interessava na música pop, uma coisa assim tão fora das minhas raízes geográficas imaginárias (morava então na divisa entre Boa Viagem e Manchester), uma coisa tão tropical, cheia de areia e orgulho periférico que, quando me perguntavam a opinião, era evasivo, dizia que achava Da Lama ao Caos interessante, mas, morador de Recife que apesar era, não fazia ideia, nem queria, de onde ficava metade dos lugares citados em “Rios, Pontes e Overdrives”. Estava confortável demais em meu quarto de apartamento, me achando a última Coca-Cola do deserto por conhecer Stereolab.

Hoje conheço todos os lugares citados por Chico e mais uma centena de outros espalhados pela Região Metropolitana de Recife porque sou motorista de aplicativo. Do lado de dentro do carro, mas longe de ser impermeável e alheio, a crítica social urbana das letras a mim permanece válida e também difusa. Os homens roubados, ao contrário do discurso de wishful thinking (de “auto-engano”) empoderador, de Chico, continuam sendo roubados. Mas é um arroubo poético, muito mais justificável que dizer que “uma erva natural não pode te prejudicar”, que é só uma tolice mesmo.

Munido dessas ponderações todas e conhecimento mínimo (e um preconceito já muito diluído no tempo), decidi manter o álbum em loop no meu carro para ver a reação dos passageiros, a maioria mais jovem do que eu e de todos os cantos da Região. Uns 50% faziam questão de falar da música, e, desses, metade cantava junto. Duas moças de quem não vi o rosto mas que acusaram a origem ao afirmar terem ido a um show do Nação Zumbi no Rock in Rio cantarolavam partes grandes, sem errar a letra. E eu conversava, claro. Todas e todos eram só elogios à música (e eu ficava pensando nas estrelinhas que receberia depois, a que ponto cheguei). Eu percebia um orgulho forte. Vinte e seis anos depois de estrear em LP, CS&NZ não é mais a força aguda dos anos 90, mas se entranhou na mente e alma do Recife e arredores.

Eu, que nunca havia pego o álbum para ouvi-lo inteiro, me surpreendi em conhecer mais da metade das músicas (e de modo fresco na memória, como só as músicas mais marcantes conseguem), cantando mentalmente, emulando mentalmente o modo de cantar de Chico Science, que eu costumava achar tão desagradavelmente afetado.

O resultado do meu “estudo” foi interessante, um tanto prejudicado pela necessária atenção ao trânsito e às lombadas tenebrosas, mas a metodologia era mínima de qualquer modo. Como eu, as partes que as pessoas cantavam eram marcadas pela força da melodia, não pelas palavras, e esse é um álbum de melodias inspiradas. A primeira metade já é um apanhado de hits, de músicas que tocaram à exaustão em rádios, bares e casas. Apesar de nunca ter sido abstêmio, sempre me incomodou um pouco a ideia de que alguém beba uma cerveja antes do almoço para ficar pensando melhor, quando tudo o que eu consigo imaginar é sono. Pensei até em perguntar aos passageiros o que eles pensavam das letras, mas me lembrei das estrelinhas e usei, nesse único ponto, o expediente pusilânime de chegar a minhas próprias conclusões prévias adulterando a metodologia (vulgo cagonice), e presumi que diriam algo como “massa”, “puta crítica social foda” ou “hã?”. Em suma, dotado da minha sensibilidade, imaginei que concordariam com a sucessão de palavras tomada mais como música, mas que talvez não propriamente com seu sentido literal. Que, inclusive, não há. Da Lama ao Caos não é um álbum panfletário, mesmo que cite Zapata e exponha as contradições sociais da grande cidade. É um álbum de emancipação a partir do orgulho de reconhecer que a cultura periférica a que se pertence é rica e essa mensagem primordial conseguiu ser passada convincentemente. Suponho que nem Chico Science imaginasse que a cerveja antes do almoço aguce a mente, mas que ela pode ajudar a se sentir, por um instante, mais livre da burocracia, do lado patronal da cidade. Como um Travis Bickle (personagem principal de Taxi Driver) menos neurótico, eu via além da pauperização óbvia enquanto CS&NZ tocava, enxergando os contrapontos à tristeza aflorando não raro nos mesmos lugares onde ela estava.

Chico Science falou em revoluções, mas seu discurso era brando e tornou-se mainstream. Dizer que o de cima sobe e o de baixo desce é tão sociologicamente tautológico que meus passageiros de Casa Forte cantavam essa parte a plenos pulmões, sem cinismo. É complicado medir o legado de Chico Science e Nação Zumbi neste e no álbum seguinte, enquanto Chico ainda estava vivo. Não é bem um legado politizado, e, como música, apesar de fazer parte do manguebit, o som de Da Lama ao Caos permanece muito singular, o que é de certo modo prova de sua originalidade extrema. O legado me parece meio como uma estátua gigantesca no horizonte da cidade, muitas vezes envolta em nuvens, que todo mundo sabe estar ali mas de cuja construção poucos se lembram ou conhecem a história. Alguns a admiram de vez em quando em seus trajetos cotidianos e isso alivia momentaneamente a barra, outros talvez reclamem com seus botões, mas sua presença é inevitável.

>>Pra sacar mais, clique no amarelinho:

Stereolab | Wishful thinking [Wikipédia] | Planet Hemp, “Legalize Já” | Emiliano Zapata  | Travis Bickle, Taxi Driver |

 

O dia que Chico Science morreu.
George SóSucesso Yeah!

Há certas coisas na vida que antes de acontecer já sabemos que vão ser objeto de arrependimento, mas as forças do acaso atuam com tal orquestração que somos levados a acreditar na intencionalidade da sorte e na inevitabilidade da mão invisível de Destino, o quarto irmão de Sandman (HQ de Neil Gaiman) dos Perpétuos. Eu, por exemplo, nunca assisti a um show de Chico Science. Apesar de ser nascido e criado no Recife, ainda era muito novo para frequentar certos espaços alternativos como a Soparia e o Sucata quando o mangue surgiu no horizonte entediante da música pernambucana mainstream dos 80/90. Já no auge de seu sucesso, não sei se por acaso ou vacilo, toda vez que cheguei perto de assistir um show da CSNZ, fui impedido por algum acontecimento bizarro. Não que fosse o maior fã das sonoridades mangue. Eu era um headbanger juvenil. Pelo radicalismo dos tempos, era interdito qualquer forma de consideração com a música pop e apenas a menção ao manguebit já era motivo de dúvidas sobre a autenticidade de sua fé no underground. As únicas manifestações artísticas permitidas eram shows do Câmbio Negro H.C., Decomposed, Realidade Encoberta e as bandas do Alto José do Pinho (Devotos do Ódio, Terceiro Mundo e Matalanamão).

A primeira vez que Destino nos colocou frente à frente, foi no clássico show de Maracaípe no “Seaway Surf” de 1995, aos quinze anos. Tinha ido mais pela gréia do que para ver campeonato de surf ou qualquer show. O problema foi que queimei a largada, passei do ponto e capotei. Quando acordei já era de noite e todos na casa em que estava haviam ido ver os shows de encerramento do festival. Após alguns minutos ao som de grilos e sapos voltei a mim e com a energia recarregada, resolvi me dirigir ao pontal de Maracaípe, local dos shows, mas para minha surpresa não havia mais ingressos e não encontrei nenhum de meus amigos roadies para me colocar pra dentro. Tomei dois vinhos Carreteiros ou três, ainda na esperança, mas sem dinheiro e sem ingresso resolvi fazer a longa jornada para casa com o rabo entre as pernas, apenas para acordar no outro dia e saber que os tapumes haviam sido derrubados pelo público que havia ficado de fora como eu, instantes após minha saída. Só não entrou quem não quis. Como diria o Graforréia Xilarmônica, “se arrependimento matasse…”.

A segunda vez foi no Abril pro Rock de 1996 que ainda era no Circo Maluco Beleza, no bairro das Graças, em Recife, naquela que veio a ser a primeira edição com a divisão entre peso e pop nas noites do festival. Junto com o carro chefe Camisa de Vênus, uma miríade de bandas do underground roqueiro nacional fariam shows memoráveis: Devotos, Concreteness, Living in the Shit, Brincando de Deus e a primeira atração internacional do Abril, dEUS. Isso na sexta. No sábado seria o grande encontro da cena mangue: Eddie, Mestre Ambrósio, Mundo Livre e CS&NZ. Compareci com sangue nos olhos e Carreteiro nas veias para a essa memorável noite de sexta, já reservando a possibilidade de assistir a tal noite de celebração da cena mangue por curiosidade e diversão no dia seguinte, sábado, já que meu radicalismo começava a esmorecer. Porém, para meu azar, em algum momento turvo em minha memória, torci o pé, o que no entanto só seria percebido no outro dia ao acordar às cinco da tarde. Mais uma vez, meu encontro com Chico acabava por ser frustrado: só fui liberado do hospital quando os shows já deviam estar iniciando e mesmo assim, o gesso fresco e o olhar de minha mãe não permitiriam.

A terceira e fatídica vez foi no carnaval de 1997. Após tomar contato com Bob Dylan, Smiths, Cure, Velvet Underground e Snoopy Dog, percebi que gostar de metal ou de punk não invalidava gostar de música. Nesse ano, seria o ano que Chico tocaria no carnaval em um trio, sem ingressos ou chances de torções prévias. Porém, no dia 3 de fevereiro, até hoje não esqueço, numa tarde iluminada de verão sem nuvens, sentado em uma esquina escutando “The Day That John Kennedy Died” de Lou Reed no meu walkman, um amigo me deu a noticia: Chico Science havia morrido em um estúpido acidente de carro na noite do dia anterior e seu enterro estava acontecendo no Cemitério de Santo Amaro naquele instante. Não tive dúvidas, saí em disparada, porém cheguei apenas ao fim de uma cerimônia comovente em que todos cantavam suas músicas. Quis Destino que o meu único e derradeiro encontro com Chico fosse marcado pelo signo da ausência, e ali, diante do cimento ainda fresco de seu túmulo, percebesse que não estava mais diante da morte de um homem, mas testemunhando o nascimento de um mito. Descobri que a relação de dualidade entre vida e morte é contingente e inescapável porém entre o destino e a liberdade sempre temos uma escolha. A minha foi a de prestar-lhe uma última homenagem por meio desse texto.

O resto da história todos sabem: Chico é considerado um dos maiores artistas brasileiros de todos os tempos e o seu legado continua duas décadas após sua morte. Da Lama ao Caos é um disco que sintetiza um momento único do pop nacional com suas referências cruzadas a emboladores e cantadores de coco e maracatus-nações, ícones do hip-hop como Kurtis Blow (a quem Chico deve muito de seu flow) e Grandmaster Flash e heróis esquecidos do underground nacional como Felinni, Picassos Falsos e Black Future. Um disco que dialogava com tudo que acontecia no mundo à época, do jungle ao grunge, sem esquecer da tal pegada regional que, no fundo, era apenas uma forma de demonstrar a universalidade da música, seja ela advinda dos afoxés de Peixinhos, dos inferninhos do Rio de Janeiro ou dos guetos do Bronx.

>>Pra sacar mais, clique no amarelinho:

Sandman, HQ de Neil Gaiman | Perpétuos [Sandman] | Câmbio Negro H.C. | Decomposed | Realidade Encoberta | Devotos do Ódio | Terceiro Mundo | Matalanamão | Graforréia Xilarmônica, “Se Arrependimento Matasse” | Concreteness | Living in the Shit | Brincando de Deus | dEUS | Eddie | Mestre Ambrósio | Mundo Livre | Bob Dylan | The Smiths | The Cure | The Velvet Underground | Snoopy Dog | Lou Reed, “The Day That John Kennedy Died” | Kurtis Blow | Grandmaster Flash & The Furious Five | Felinni | Picassos Falsos | Black Future |

 

>FICHA TÉCNICA:

Todas as canções foram escritas por Chico Science, exceto “Rios, Pontes & Overdrives” (Chico Science e Fred Zero Quatro), “Maracatu de Tiro Certeiro”, (Chico Science e Jorge du Peixe), “Salustiano Song” [instrumental] (Chico Science e Lúcio Maia), “Lixo do Mangue” [instrumental] (Lúcio Maia), “Computadores Fazem Arte” (Fred Zero Quatro).

Gravadora: Chaos/Sony Music.
Produção: Liminha.

Chico Science: voz e samplers em “Lixo do Mangue”
Alexandre Dengue: baixo.
Canhoto: caixa.
Gilmar Bolla 8 e Gira: alfaia.
Jorge du Peixe: alfaia e tonel em “A Cidade”.
Lúcio Maia: guitarras.
Toca Ogam: percussão e efeitos.

Convidados:
André Jungmann: berimbau em “Maracatu de Tiro Certeiro”.
Chico Neves: samplers em “Rios, Pontes & Overdrives”, “A Cidade”, “Samba Makossa”, “Antene-se” e “Côco Dub (Afrociberdelia)”.
Liminha: grito em “Lixo do Mangue”.