Quem somos

Tempo vai, tempo foi, e as coisas não são mais as mesmas. Nós, da SóSucesso!, equipe de música centrada em Pernambuco, nos reavaliamos e achamos que nossa auto-descrição anterior não condiz com quem somos hoje. A realidade mudou e, com ela, nossa visão sobre nosso papel. Se nos sentíamos isolados antes, fomos percebendo que havia gente com valores próximos em relação à música e à vida e que, direta ou indiretamente, têm formado uma rede de apoio, passando desde indivíduos a coletivos, desde gente aqui do estado de Pernambuco a outros lugares do país.

Percebemos o óbvio, portanto, e o mínimo que se pode fazer é enumerar alguns desses projetos que nos dão não apenas ajuda e colaborações, mas também, pelos seus exemplos, ânimo para seguir em frente (clique no amarelinho):

Obriganza Experiência, programa de rádio que era veiculado na Rádio Frei Caneca, rádio pernambucana, um programa que era uma metralhadora de citações dando voltas no mundo. Boa parte dos episódios se encontra no Mixcloud, plataforma de streaming.

A Rádio Antena Zero, rádio web de São Paulo que veicula toda uma programação sob o slogan “A radio que não toca só o que você quer ouvir, mas o que você precisa escutar!”.

A galera da Rádio Raio, programa veiculado pela Antena Zero, no qual demos nossa primeira entrevista.

Pesado – Lapada para todos os gostos, que faz um serviço e tanto pra música pesada local.

A Rádio Babilônia, uma rádio web que rola no Zoom, iniciativa importantíssima pra cultura audiófila da cidade.

A Rádio Aconchego, uma rádio comunitária que veicula programação alternativa nas circunvizinhanças da Avenida Caxangá, Zona Oeste de Recife, o que por si só é de uma potência e tanto.

O “Na Calada da Noite”, um programa da Rádio Universitária FM de Pernambuco (baixe um app de sintonização de rádio para assistir onde você esteja), que veicula músicas tanto da diáspora africana ou latinas ou outras fora da caixinha, um programa madrugueiro de rádio (rola toda sexta à meia-noite) sem hierarquias e praquêisso – VIVA ITAMAR [Assumpção]!

O Música Independente – MI, com suas entrevistas supimpas, prestando um baita serviço pra música independente brasileira não de hoje, apenas.

O blog Volume Morto, que há um bom tempo vem realizando uma curadoria preciosa em torno da diáspora e da música periférica global.

O pessoal do Rumor e do Estranhas Ocupações, que realiza um trabalho essencial de divulgação da música experimental em Recife.

O “Recifezes”, zine pernambucano histórico e ainda em atividade.

A Sinewave, um selo e uma comunidade do Facebook que divulgam muita coisa massa e relevante da música independente brasileira.

E, também, claro, tantas e tantas pessoas que já nos ajudaram ou têm nos ajudado de forma mais direta, como Lia Letícia, Leilane, Tainã Ramosleal, as consultas a Rafael de Queiroz, a força do trampo editorial da Livrinho de Papel Finíssimo Editora, a mão de Thelmo Cristovam especialmente no nosso primeiro e único podcast etc.

Ou seja: são muitas pessoas e coletividades que aqui e ali vêm contribuindo direta ou indiretamente, voluntária ou involuntariamente, pra existência da SóSucesso!. Temos de reconhecer e agradecer, pois não somos sós. Nunca fomos. Nosso problema estava em darmos a entender na nossa antiga auto-descrição – e nisso caímos em erro – que o contrário do discurso viciado e adulatório de panelinhas é se arvorar a ser o detentor exclusivo da verdade, uma visão romântica e egolombrada com a qual nunca concordamos. De modo irrefletido, fomos tolos e egolombrados, notamos agora. Como todo bicho humano, vivemos em sociedade. Não entender isso é de um reacionarismo tacanho explícito, posto que é básico, prisão do egoísta. A SóSucesso! portanto vem aqui agradecer a todas e todos e todes que vêm contribuindo pra que o som seja esse elo que nos religa. Nosso muito obrigado. Que a vida seja mais ética porque estética. E que a realidade vire música!

Obs: Quando puderem, se cheguem e assistam a essas indicações que fazemos aqui, tá? Um xêro!

 

>>Nossa Antiga Descrição:

“SóSucesso!” é uma equipe de nerds fanáticos por música de Recife/PE, que decidiram se juntar pra falar de… música. O zine (que jura que é revista) foi a primeira tentativa do coletivo em exercitar a crítica, que também é festa (“Debate de DJs”), um podcast piloto já lançado, esse blog… A necessidade de nos juntarmos surgiu do incômodo com a crítica no Brasil de agora, fugidia a enfrentamentos, pouco ou nada formativa, muitas vezes cordata, demasiado informativa, quando não acadêmica, dispersa na genialidade da semana, triturada pela vibe dos canais virtuais, encantada direta ou indiretamente com o sistema SESC do Sudeste, muitas vezes deste mesmo eixo Sul do território nacional. A distribuição hoje não é mais realmente um problema, pelo menos não para os de baixo na produção, que é quem realmente importa. Tá tudo a um clique. O que falta? Crítica e especialmente debate, sem mas mas mas, aspiração nossa. Para nós, música é aquilo que inspira, que toma tempo, é aquilo que não se resolve, comentário eterno talvez até mesmo por isso, pira. Amor. E amor não se vende. Se partilha. Amor se discute, senão abobalha. Senão é idolatria, amor que cega. Senão é jeitinho, brodagem, “lava-mãos”, prática há muito da cidade, quem sabe até do país.